O Processo

Título: Der Prozess

Autor: Franz Kafka

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Ano de Edição: 1925

Páginas: 183

Sinopse:
Nesse romance, a ambiguidade onírica do peculiar universo kafkiano e as situações de absurdo existencial chegam a limites insuspeitados. A acção desenvolve-se num clima de sonhos e pesadelos misturado a fatos corriqueiros, que compõem uma trama em que a irrealidade beira a loucura.

Curiosidades:
Adaptado para o cinema por Orson Welles, com Anthony Perkins no papel principal.

Excerto:
«os chefes para quem trabalhamos, antes de ordenarem uma prisão como esta, devem estar devidamente informados das razões que a motivam e da pessoa do preso. Não pode assim haver qualquer engano.»

CAPITULO 1

A prisão

Conversa com Fräu Grübach mais tarde, com Fräulein Bürstner

Alguém deve ter difamado Joseph K., pois, numa linda manhã, foi preso sem ter cometido qualquer crime. A cozinheira da sua senhoria, que lhe levava sempre o pequeno-almoço às oito horas, não apareceu nessa ocasião. Nunca tal acontecera. K aguardou um pouco mais, deitado, observando da sua almofada a velhota da casa em frente, que parecia espreitá-lo com uma curiosidade invulgar. Então, irritado e com fome, tocou a campainha. Bateram imediatamente à porta e um homem que ele nunca vira antes em casa entrou no seu quarto. Era magro, mas bem constituído; vestia um faro preto justo ao corpo, com uma série de pregas, algibeiras, fivelas, botões e um cinto, tal como um turista, o que lhe dava um aspecto prático, embora ninguém pudesse adivinhar para que servia tudo aquilo. «Quem é o senhor?», indagou K., soerguendo-se. O homem ignorou a pergunta, como se o seu aspecto não necessitasse de explicação, e disse simplesmente: «O senhor tocou?» Magna devia trazer-me o pequeno-almoço», respondeu K., estudando o sujeito silenciou e cuidadosamente, tentando descobrir quem ele seria. O homem não se sujeitou por muito tempo a esta análise e, encaminhando-se para a porta, entreabriu-a, dizendo a alguém que devia estar mesmo por detrás dela: 1 1 e diz que a Ana lhe devia trazer o pequeno-almoço.» Em resposta, ouviu-se uma curta gargalhada vinda do quarto contíguo e que soou como se várias pessoas a tivessem soltado. Embora, do som, o estranho não tivesse podido descobrir mais do que já sabia, disse a K., como se lhe estivesse a transmitir uma ordem: «Esse pedido não pode ser satisfeito.» «Isso é novidade», gritou K, pulando da cama e vestindo rapidamente as calças. «Tenho de ver que espécie de gente está ali no quarto ao lado e que contas Frau Grubach me vai dar deste procedimento.» Imediatamente lhe ocorreu, porém, que não devia ter falado tão alto e que, ao fazê-lo, dava de certo modo ao estranho o direito de controlar os seus actos.

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